O diabo não veste pravda (do russo Пра́вда, verdade)

Parodiando o título do filme “O Diabo veste Prada”, onde a jornalista Andy Sachs (Anne Hathaway) trabalha como assistente da “diabólica” executiva Miranda Priestly (Meryl Streep). Miranda usa e abusa de um poder coercitivo, mantendo uma gestão pelo medo e constrangimento, tipicamente um assédio moral.

Muitas vezes a pessoa se vê diante de dilemas éticos: submeter-se diariamente a provar sua capacidade profissional, intelectual e pessoal, ficando à disposição 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive para assuntos não profissionais, em função da necessidade do emprego para prover seu sustento; podendo chegar a assumir comportamentos impostos, distorcer sua própria personalidade e abrir mão de seus valores pessoais.

Na busca pelo reconhecimento e crescimento profissional, muitas vezes o emprego dos seus sonhos se torna um pesadelo, com muitos impactos na vida pessoal. Começando de pequenas concessões, pode-se chegar a executar ordens sem questionar, transformando obediência em subserviência, e vir a comer o pão que o diabo amassou, ou até vender a alma ao (mal)dito-cujo. 

Mas será que vale a pena? Gary Chapman, em seu livro “As cinco linguagens da valorização pessoal no ambiente de trabalho” (ed. Mundo Cristão), alerta contra as características de líderes e de organizações tóxicas, tais como: assédio moral, bullying, abuso do poder, ações desumanas repetitivas e/ou de longa duração, manipulação (duplo vínculo, transferência da culpa), narcisismo/cinismo usurpador (líderes que assumem os louros do sucesso, roubando os créditos), comunicação fake (discurso incoerente com a ação)…

Para sobreviver num ambiente assim, a pessoa precisa “engolir sapos” e conviver com níveis de estresse insuportáveis. Mais cedo, ou mais tarde, a conta vem: efeitos psicossomáticos, burn-out.

Chapman recomenda estabelecer limites, reagir com assertividade sem agressividade, ou levar o problema ao conhecimento de canais de ouvidoria, RH, superiores. Se ainda assim a situação não se reverte, recomenda buscar alternativas para encontrar outro trabalho. Antes que adoeça, saia.   A transição pode doer, exigir sacrifícios, mas provavelmente vai encontrar outro lugar melhor.  

Lembremos de Victor Frankl, que sobreviveu aos campos de concentração nazistas: “podem nos tirar tudo, exceto a liberdade de escolher como reagir”.


O diabo não veste pravda, porque “é mentiroso, e pai da mentira…

Quem mente se torna escravo da mentira. 

Somente a verdade liberta. Eu sou o caminho, a verdade e a vida.

Eu vim para que vocês tenham vida plena e abundante.

Venham a mim, vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei alívio.Sejam meus seguidores e aprendam comigo, e vocês encontrarão descanso.”

(parafraseando Jesus de Nazaré, citações dos evangelistas João, caps. 8 e 10, e Mateus cap. 11).

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