Psicologia Cognitiva
A Psicologia Cognitiva é a área da psicologia que estuda
cientificamente a inteligência humana. É uma área do conhecimento relativamente
nova; seu início se deu na década de 50 do século XX. Na época investigadores
de áreas diversas, como estudiosos da linguagem, psicólogos behavioristas além de matemáticos e
engenheiros, começaram a unir esforços para entender melhor o funcionamento da
“caixa preta” da mente humana. Até então, muitos psicólogos achavam “subjetivo
demais” estudar a mente; achavam que só era “científico” estudar o
“comportamento” observado e sua relação com o ambiente. Ultrapassando este
preconceito, os psicólogos cognitivos se lançaram a desenvolver maneiras
(métodos) de se estudar fenômenos como a percepção humana, atenção, memória,
tomada de decisões, etc.
Um desses fundadores da
psicologia da inteligência foi o psicólogo norte-americano George A. Miller
(1920-2012). Miller se tornou conhecido pela publicação em 1956 de um artigo
científico que é considerado um marco da fundação da nova ciência e que se
tornaria um clássico. O nome deste trabalho parece místico, mas não tem nada de
cabalístico: O Mágico Número Sete!
Miller estudava a chamada memória de curto prazo (chamada hoje de memória de trabalho) e observou que, em
média, as pessoas conseguem reter em suas mentes, a cada momento, de 5 a 9
coisas (em média sete) ou +/- 7 conjuntos de coisas. É por isso que a maneira
como guardamos o número de nosso CPF é, por exemplo: 56I - 123- 467- 87 e não
56I12346787... Acima deste limite começamos
a cometer erros e perder informações.
O recadinho simples da chamada
Lei de Miller era o seguinte: nossa capacidade de reter informações é limitada
e nos impõe limites.
É oportuno lembrar-nos desta
descoberta nesta época de super-heróis em que vivemos. Muitos estudantes de
ensino médio, concurseiros, aspirantes a uma concorrida vaga numa grande
empresa sonham alcançar as habilidades extraordinárias de um Sherlock Holmes ou
de um Jason Bourne. Sistemas de ensino ou empresas querem um sr. Holmes ou
Bourne em seus quadros; ou a Mídia e métodos inovadores de aprendizado
fazem-nos acreditar nisso... mas, caiamos na real: as capacidades humanas de
trabalho intelectual estão muito aquém das habilidades destes personagens de
ficção. Eles nunca existiram (ainda que biografias fantasiosas encham as
prateleiras de livros).
Nossa inteligência é
maravilhosamente feita, mas não consegue ser mais extraordinária ou dotada do
que originalmente é. Usamos 100% do nosso cérebro e não 10%!!!
Nossa sociedade seria menos
doente emocionalmente e menos frustrada se aceitasse os seus limites.